segunda-feira, julho 30, 2007

O controlo do défice em 2007: uma aldrabice continuada

Execução Orçamental do Sub Sector Estado - resultados de Janeiro a Junho de 2007

"O valor provisório do défice do subsector Estado apurado na óptica da Contabilidade Pública para o primeiro semestre de 2007 fixou-se em € 2 708.2 milhões. Este resultado traduz uma melhoria de € 923 milhões face ao período homólogo do ano precedente".

Assim escrito até parece um resultado brilhante.
E como é que se melhorou o défice em € 923 milhões? Foi exactamente aumentando os impostos, e não por redução da despesa.

Como assim?

"A receita efectiva do subsector Estado ascendeu a € 19 081.4 milhões, valor que se desagrega em € 17 261 milhões de receitas fiscais e € 1 820.4 milhões de receitas não fiscais. No primeiro semestre do ano, a receita fiscal registou um crescimento de 8.6% face a igual período do ano anterior. Para esta variação contribuiu o crescimento da receita dos impostos directos em 12.8% e a dos impostos indirectos em 5.7%".

e a despesa?

"A despesa do subsector Estado para o primeiro semestre de 2007 situou-se em € 21 789.6 milhões, representando um aumento em termos homólogos de 3.9%".

e o saldo?

(em milhões de euros)
Receita Corrente até Junho de 2006: € 17.148,7
Receita Corrente até Junho de 2007: € 18.928,8
Saldo: aumento de receita de € 1.780,1, (dos quais € 1.359,8 em impostos adicionais).

Despesa Corrente até Junho de 2006: € 19.366,8
Despesa Corrente até Junho de 2007: e 20.236,0
Saldo: aumento da despesa de € 869,4 ( quase cinco milhões de euros a mais por dia).

Diferença entre o aumento da receita e o aumento da despesa: € 910,7 ( a tal melhoria de que eles falam no primeiro parágrafo).

Conclusão: com este tipo de gestão os impostos não vão nunca poder baixar; arriscam-se sim a subir mais , como resultado de qualquer pequena crise que chegue por aí. Venham depressa os alemães, os franceses ou os espanhóis tomar conta disto.