Mario Vargas Llosa Nobel de Literatura em 2010

Confesso a minha estupefacção com a atribuição deste prémio a um escritor não conotado com a cartilha da esquerda, e desde já peço desculpas ao Comité Nobel pelo que tenho afirmado há anos a esse respeito: que o Comité Nobel é um amontoado de esquedistas que se move por interesses de editores.

Mario Vargas Llosa é um escritor global da categoria de um Garcia Marquez ou de um Camus. Um dos grandes. Para alem do mais tem uma intervenção política notável. O prémio apenas pela sua literatura é mais que merecido.

Recordo com saudade a descoberta da "Casa Verde" e sobretudo da "A Tia Julia e o Escrevinhador", ambos de um humor inultrapassável como só os latino americanos tem, um pouco no estilo de Garcia Marquez.

A ultima coisa que li dele foi um prefácio a um livro brilhante, O Manual do Perfeito Idiota Latino Americano, (Guide To The Perfect Latin American Idiot, de Plinio Apuleyo Mendoza, Carlos Alberto Montaner, e Alvaro Vargas Llosa, ed. Madison Books, 2001, ) cuja ressenção muito interessante da autoria de um latino-americano se pode ler aqui.

Recomendo vivamente pelo menos a leitura do prefácio, (senão do livro inteiro), que começa assim: " Ele acredita que somos pobres porque eles são ricos e vice versa, que a história é uma conspiração de sucesso do mal contra o bem, que eles ganham sempre e nós perdemos sempre, (ele está sempre do lado das pobres vitimas e dos nobres perdedores). Não fazqualquer objecção a surfar no ciberespaço e estar on-line, e ao mesmo temo, - sem realizar a contradição - critica o consumismo. Quando se fala de cultura apregoa "tudo o que sei aprendi com a vida e não com os livros, a minha cultura não é académica mas sim pragmatica". Que é ele? Ele é o idiota latino Americano."

Poder-se-ia dizer que ele é o perfeito idiota esquerdista e universal de camiseta à che guevara e bilhete de entrada permanente na festa do Avante, ou do l´Humanité, sempre com o Le Monde debaixo do braço, e os artigos do Regis Debray fotocopiados.