sábado, setembro 30, 2006

Coisas do Douro


Conheço o Douro há cinquenta anos. A minha mãe era do Douro, assim como a sua família materna e paterna. Sou um apaixonado pelo Douro.

Adoro o clima, as vinhas em socalco, as curvas da estrada e as subidas impossíveis, as paisagens grandiosas, o cheiro a lagar, os matos, as perdizes a assobiar, a lama nos caminhos depois da chuva, o pôr do sol no rio. E como todos os apaixonados só lhe vejo as virtudes, nunca os defeitos.

Entre os muitos e muitos vinhos que provei esta semana numa visita guiada (por um amigo) a várias quintas do Douro, bebi um extraordinário vinho do Porto LBV 2001 da Quinta da Pacheca (uma novidade em vinhos do Porto porquanto só o fazem desde 2001, e pela mão da Maria Serpa Pimentel, um vinho cheio de espírito, e jovialidade), e bebi um não menos extraordinário monovarietal touriga nacional feito pelo Joaquim Morais Vaz, chamado de Quinta da Portela da Vilariça, ano de 2001, um nome que não ajuda a fixar, mas um vinho que coloco já entre os cinco maiores do Douro que alguma vez provei.

Fiquei a dormir na Quinta Nova de Nª Sª do Carmo, entre a Régua e o Pinhão, um Hotel Rural muito agradável e com um excelente serviço, pertencente ao Grupo Amorim. Acho o Hotel Vintage demasiado relais chateau para o Douro.

Um voto: que os vinhos do Douro saibam resistir à parkerização e uniformidade, ao excesso de madeira, aos blends com variedades importadas. São dos melhores vinhos do mundo, mas parece-me que há muita tentação de "modernices" pelo Douro.

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