quinta-feira, maio 03, 2007

Sarko-Ségo, a França mediocre

Uma onda de fundamentalismo islâmico põe em causa a frágil estabilidade mundial: a guerra contra o terrorismo é uma guerra global, que importa a todos, e que implica uma acção coordenada entre todos os estados.

Mais de trinta países possuem material de fissão nuclear e o controle da sua venda e proliferação são imperativos mundiais, sobretudos dos estados mais responsáveis possuidores de armas nucleares.

O mundo estando mais rico está muito mais instável: há uma crise de identidade e de liderança nos países que compõem a União Europeia, na América Latina, em alguns países da Ásia, à volta da ex-URSS. O líder natural do mundo livre, os Estados Unidos, tem uma liderança muito contestada e problemas internos devido a essa mesma liderança frágil.

Há uma (verdadeira ou falsa) percepção de problemas ambientais gravíssimos, causadores da maior instabilidade, que importa discutir em conjunto.

Alheios a tudo isso, dois potenciais líderes ao poder supremo de um dos mais importante e ricos estados do mundo, a França, membro permanente do Conselho de Segurança da ONU, detentor de um arsenal nuclear importante, discutem banalidades sobre a sua futura governação, sem uma palavra sequer, uma só frase para os problemas que realmente afectam a governação da França e do Mundo. E querem eles depois serem ouvidos?

Tudo isto seria lamentável, se não estivéssemos já habituados à mediocridade a que os políticos franceses rebaixaram a França. Em Ségolaine Royal, o império da Emoção e do Sentimento, das palavras vazias de ideias e até de sentido, que pela sua grandiloquência convencem e fazem chorar os mais impulsivos. Da parte de Sarkozy uma solução na manga para tudo, o Estado-Social Napoleónico no seu esplendor, com uma chapelada à iniciativa privada, mas só lá onde o Estado não consegue chegar.

Pobre mundo e pobre Europa que não podem contar com esta gente.