terça-feira, novembro 15, 2005

O Codex 632 de José Rodrigues dos Santos

Raras vezes leio romances.

Acho até que a arte do romance, tal qual a conhecemos, acabou no final do século vinte, mas estou disposto a fazer já uma excepção para Mário Vargas Llosa.

Na literatura portuguesa considero Saramago um bom escritor mas vazio de ideias. O seu Nobel não me impressiona. Quero mesmo dizer vazio de ideias. Lobo Antunes é um pedante insuportável.

Nas férias gosto de ler livros de férias. Do tipo Equador de Miguel Sousa Tavares (lê-se para passar o tempo, sem mais, e nem compreendo o fascínio que o livro e o autor exercem sobre as mulheres mais excitadas), e o Código DaVinci, um livro interessante até à pagina cinquenta e tal, e depois uma repetição infindável dos mesmos acontecimentos até ao final previsível. O sucesso alcançado pelo livro é para mim um mistério total, e tem mais a ver com a publicidade bem conduzida , que com qualquer outra coisa.

Foi por isso com surpresa que li ontem, de um só folêgo, o recentemente publicado Codex 632 de José Rodrigues dos Santos, (esse mesmo o do Telejornal), que me foi oferecido por uma amiga compadecida com a minha dolorosa convalescência.

Motivado seguramente pelo sucesso da trama do Código DaVinci, e baseado no mesmo tipo de argumento, o livro é muito mais bem estruturado e feliz. Sóbrio, ainda que ligeiro, mas bem escrito, um tema bem português, uma acção que apesar de parecer escrita para o cinema, não perde qualidade. É sem dúvida um excelente livro de férias, cuja leitura recomendo.