terça-feira, janeiro 30, 2007

Meditação sobre uma das Variações Goldberg de J. S. Bach

Como funciona o cérebro?



Como uma CPU (central processing unit) onde reside um sistema operativo que controla as unidades de I/O, a memória, que tem um set de instruções que são executadas sequencialmente, a uma velocidade muito lenta, da ordem das dezenas de milisegundos, ou uma série de processadores paralelos executando em conjunto operações complexas, sem contacto entre si, não sendo controladas por nenhum dispositivo central?

Até há uma dezena de anos atrás pensava-se que a primeira explicação era a correcta, e que seguindo o antigo ensinamento de Descartes, devia existir um lugar físico no corpo onde podia residir o que alguns chamam de alma, que tinha uma função de coordenação de todos os eventos que se passam no cérebro. Hoje sabemos que não é assim. Não existe nenhum local central de controlo e os eventos são executados em paralelo. E se a explicação científica é reconhecida por todos, e segue à risca a predição evolucionista, a explicação filosófica é mais complexa e pode ser lida no magnífico Consciousness Explained de Daniel C. Dennett (ed. Penguin Books, London 1993, 512 páginas, comprado na Amazon UK, por 10£).

Na vida real a demonstração está à vista: se não fosse assim como explicar o virtuosismo de Glenn Gould ou o funcionamento da cabeça do próprio homem que escreveu as Variações Goldberg aqui magistralmente interpretadas?

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