segunda-feira, janeiro 24, 2011

Penosamente a caminho do abismo. Agora basta!

Não fui votar, e recuso a afirmação dos que dizem que quem não vota não tem direito a reclamar.

Não fui votar porque não tinha em quem votar. Só por isso. Não votei em branco porque, vá-se lá saber porquê, nas presidenciais os votos brancos ou nulos não contam. Assim abstive-me. Não tenho dados para avaliar os motivos do crescimento da abstenção, mas creio que muita gente o fez pelos mesmos motivos que eu.

As eleições foram um passeio para Cavaco (apesar de ter menos um milhão de votos que em 2006), um castigo merecido para o candidato-desertor Alegre, e para o bloco PS/BE/ Defensor de Moura, uma surpresa sem consequências futuras para Fernando Nobre e Coelho.

Extraordinário que um candidato que advoga o comunismo tenha, em 2011, trezentos mil portugueses que votam nele. E não será por voto de protesto.

E agora?

Sempre pensei que Cavaco não devia interferir com os desvarios do governo PS/Sócrates, que devia fazer os portugueses pagar o preço de ter eleito aquela camarilha para o governo, e deixar Sócrates a cozer em lume brando até ao final do mandato.

No entanto a recente divulgação da dívida pública do Estado em 2010(1), que mostra um agravamento em relação a 2009 de dezanove mil milhões de euros, ou seja mil e quinhentos milhões de euros a mais, por mês, (quando em 2009 fora de quatorze mil milhões de euros), fez-me mudar de opinião. Porque já não há tempo.

É assim imperativo que Cavaco impeça este desvario de continuar. De toda e qualquer maneira possível, de preferência com o castigo e prisão dos culpados por esta situação. É imperativo que Cavaco comece imediatamente a hostilizar este governo e a mostrar aos portugueses a sua incompetência, e que cesse de brincar aos "Presidente-da-Republica-Rainha-de-Inglaterra" tão do seu agrado. Afinal ele é pago para isso, e já não tem mais eleições a disputar.

(1)Em 2007 a dívida pública era de 111.405.000 euros. Em 2009 era já de 132.746.000 euros e em 2010 foi de 151.775.000.