terça-feira, maio 24, 2005

Portugal, Portugal

Chegada de manhã ao aeroporto. Na policia de fronteiras uma família de três grunhos de meia idade tenta evitar a longa bicha, passar pelo lado, onde passa o pessoal de voo. Mostraram-se surpreendidos e reclamaram quando o guarda os manda voltar para trás. Na mesma bicha um casal africano que obviamente não leu a sinalética que informa "pssaportes da Comunidade Europeia", é atendido por uma simpática funcionária que não o remete para a bicha dos "outros passaportes" como devia fazer. A bicha já longa demora ainda mais. Depois a espera das malas. Um tormento como sempre. Porquê? No estacionamento um esperto montado num Mercedes de construtor civil bloqueia a saída. Diz-me que a maquina devolve o cartão e não abre a cancela. Pergunto inocentemente se já pagou. Mostra-se surpreendido, e temos todos de recuar para ele fazer marcha atrás.

No meio de tudo isto o déficit do ano que ainda nem chegou a meio é comunicado com uma precisão de duas casa décimais. O povo engole, como vai engolir a inevitabilidade do aumento dos impostos.


-Querida este ano gastámos mais do que ganhamos!
-Olha filho, vai ter com o teu patrão e exige-lhe um aumento que compense o que gastamos!


Um amigo, advogado, pessoa por quem tenho o maior respeito, dizia-me no fim de semana: -mas o Estado não pode deixar de dar Educação e Saúde gratuitas! Pelo menos aos que mais precisam!
-Não pode? Mas pode não dar Justiça e Segurança? A Educação e Saúde estão primeiro que a Justiça e a Segurança? Quais são as areas prioritárias? Aquelas que por si justificam a existência do Estado?