quarta-feira, março 08, 2006

Não basta ser ambicioso para merecer o poder

O "regresso" de Paulo Portas ontem à noite por intermédio da SIC Notícias, depois da razoável espectativa criada, foi, como dizê-lo, sem brilho, ou melhor, sem qualquer interesse, ou melhor ainda, uma experiência para não repetir.

Registo a sua nova imagem de distanciamento, moderação, e isenção, em relação à política nacional, (que era aliás esperada e que irá durar até se sentir seguro nas audiências, o que creio que não irá suceder tão cedo). É uma imagem que fica mal a um político com um passado tão combativo.

Registo o pendor para analisar banalidades da política internacional, numa dimensão geo-estratégica mal ataviada, que só pode parecer interessante poque a visão que os portugueses tem do seu país no mundo, começa e acaba na fronteira de Badajoz.

Felicito-o por ter sabido citar Raymond Aron ( o Paix et Guerre entre les Nations devia ser obra de leitura obrigatória para todos os políticos). Não registo mais nada. Da entrevista não ficou mais nada, excepto a amostra de uma ambição mal disfarçada.

Paulo Portas não é um modelo de conservador (embora ele queira fazer crer que é), e não é um liberal. Penso até que há mais conservadores e há mais liberais dentro do PSD, do que no antigo CDS do Paulo Portas (ou Manuel Monteiro). E se Deus não dorme, Cavaco Silva não tem a memória curta.