domingo, dezembro 17, 2006

Burmese Days

Foi o primeiro romance de George Orwell, e foi publicado em Nova Iorque em 1934, com receio do escândalo que as afirmações polémicas do autor sobre o colonialismo britânico , pudessem ter sobre a então jovem promessa das letras britânicas. Felizmente que não era homem para se preocupar com isso.

Burmese Days (ed. Penguin Classics, Londres, 2001, 300 páginas) conta-nos a história triste de um jovem colonialista inglês na Birmânia, demasiado ligado ao país para poder voltar à sua pátria, mas incapaz de se adaptar ao sistema colonial em vigor, apesar de passar os seus dias no Clube Europeu, onde não havia contacto com os "nativos", imigrantes indianos ou birmaneses de origem. Mal consigo, e mal com o seu país adoptivo, acaba por se apaixonar por uma recem chegada jovem inglesa à procura de marido, que após um breve romance o troca por outro, pelo que o infeliz acaba por se suicidar com um tiro no peito quando vê que o seu amor não é correspondido, e que a sua vida não tem mais sentido.

Orwell não consegue fugir da maldição de que acusa os seus compatriotas, porque as suas descrições da vida no Clube Europeu são muito mais vivas e felizes do que as imagens que nos tenta dar da vida da Birmânia dessa época, o que demonstra que os cinco anos que viveu como polícia na Birmânia, foram também eles anos de vida à europeia, talvez porque o fosso que o separava dos nativos era colossal e intransponível.

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