segunda-feira, novembro 06, 2006

O Fim do Mundo Tal Qual O Conhecemos

Considere-se esta frase:

"Muito do que chamamos vulgarmente mundo ocidental não sobreviverá ao século XXI, e muito dele desaparecerá durante as nossa vidas, incluindo muitos, senão quase todos os países europeus. Haverá provavelmente nos mapas um local onde está escrito Itália ou Holanda,- provavelmente - assim como em Istambul há um local chamado de Hagia Sofia, ou Catedral de Santa Sofia. Mas não é uma catedral. É um prédio urbano. Assim A Itália ou a Holanda serão apenas designações prediais."

Ou esta:

"Uma das mais óbvias refutações da tese de Francis Fukuyama sobre "O Fim da História", escrita após a vitória da democracia pluralista ocidental sobre o comunismo soviético, foi a de que os vencedores não viram a vitória como tal. Os Americanos - ou pelo menos aqueles que não votam pelos Democráticos- podem falar sobre o terem "ganho" a Guerra Fria, mas os Franceses ou os Belgas ou os Alemães ou os Canadianos não o fazem. Poucos Britânicos o fazem. E todos eles são aliados formais na NATO. Estavam tecnicamente do mesmo lado na luta contra uma tirania que poucos deles escolheriam para viver. Na Europa houve um momento inicial de euforia: era difícil não se emocionar ao ver as multidões saltarem para este lado do Muro de Berlim ...mas quando passou a emoção inicial no continente europeu não houve nunca a sensação de que a nossa Grande Ideia tinha batido a Grande Ideia deles."

Ou esta:

"Qual é a percentagem de população muçulmana em Roterdão? 40%. Qual é o mais popular nome de rapaz dado na Bélgica? Maomé. E em Amesterdão? Maomé. Em Malmoe na Suécia? Maomé. E no Reino Unido em 2005 era o quinto nome mais popular."

"Não temos ainda uma estratégia para lidar com a ideologia muçulmana. De facto muitos dos nossos lideres e recusam-se mesmo a aceitar que se trate de uma ideologia". "O que faz a jihad ter alcance global? Quem os paga? O Wahhabismo é a ideologia formal da Arábia Saudita, e é exportado para maravilhosas escolas para todo o mundo, e como resultado disso populações inteiras de muçulmanos moderados desde os Balcãs até à Ásia do Sul foram dramaticamente radicalizados"."E quem paga isso? Nós. Nos cinco anos após o 11 de Setembro o preço do barril de petróleo passou dos doze para mais de setenta dólares, ou seja se você é vendedor de petróleo as suas receitas aumentaram cinco vezes"."A Arábia Saudita que exporta 10 milhões de barris por dia, tem à sua disposição 500 milhões de dólares a mais por cada dia. E para onde vai esse dinheiro? O primeiro produto exportado pelos sauditas não é o petróleo, é a ideologia."

ou esta:

"Os dezassete países europeus que baixaram as suas taxas de natalidade para menos de 1,3 embarcaram numa viagem sem precedentes na história para a auto-extinção. Em 2050 haverá 100 milhões a mais de Americanos e 100 milhões a menos de Europeus. Um desastre demográfico é qualquer coisa que nos passa debaixo do nariz. Ficamos a estudar até completarmos os 38, reformamo-nos precocemente aos 45, dois meses de férias por ano na Côte d'Azur, bebemos vinho e comemos foie gras, fazemos manifestações para a semana de 28 horas de trabalho semanal, gozamos tanto a vida que não temos tempo para fazer filhos. Outros que os tenham... Mas o mais estranho é que os europeus não são felizes...Hilaire Belloc expôs isso bem claramente no seu livro "The Servile State" em 1912, muito antes de se falar na musica de discos ou em teenagers. Ele percebeu que o preço a pagar pelo estado social é a infantilização das populações. As populações das sociedades democráticas ocidentais esperam poder escolher os pacotes de TV, mas deixam ao cuidado do Estado a escolha dos seus cuidados de saúde".

O autor destas frases é Mark Steyn e o livro de que tiro citações intitula-se America Alone -the end of the world as we know it, ( ed. Regnery Publishing, Inc., 2006 Washington, 224 páginas). O autor entre centenas de citações lembra uma frase de Hussein Massawi, antigo dirigente do Hezbollah, que diz tudo:

"Não lutamos para que vocês nos ofereçam alguma coisa. Lutamos para vos eliminar".

Como resolver o imbróglio? Resumo de seguida uma extensa descrição, mas recomendo sobretudo a leitura do livro:

Três soluções possíveis para os problemas do presente:

1. Submissão ao Islão
2. Destruir o Islão
3. Reformar o Islão

Como não aceitamos seriamente a primeira opção, estamos na dúvida em aceitar a segunda e terceira opções. A segunda opção não é viável, por inexequível. A terceira é. Mas compete aos muçulmanos reformar a sua religião. Nós apenas podemos criar as condições para tal. Como? O autor adianta dez sugestões que resumo de seguida:

1. Auxiliando os movimentos de emancipação das mulheres . É a maior vulnerabilidade do Islão, mas não pode ser endereçada por movimentos feministas à ocidental.
2. Lutando contra o Wahhabismo, Shiismo iraniano e outras exportações ideológicas dessas seitas.
3. Suportando a luta pela liberdade económica e política no mundo islâmico. Um mau governo eleito é bem melhor que um governo ditatorial não eleito.
4. Assegurando que os estados islamistas que perseguem os não islamistas são marginalizados nos organismos internacionais.
5. Cortando o financiamento das mesquitas, madrassas, e think tanks provenientes da Arabia Saudita ou Irão.
6. Desenvolvendo uma estratégia mundial para contra atacar o islamismo no plano ideológico.
7. Marginalizando a NATO, a ONU, a Agência para a Energia Atómica, e outros despendendo energias em novas organizações multilaterais orientadas para resultados.
8. Reformulando totalmente a industria da energia, para que não dependamos do petróleo.
9. Acabando com o regime Iraniano.
10. Não esquecendo o recurso à opção militar sempre que surja a oportunidade.

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