Cizania provocada
O papel de um homem de estado é o de provocar a cizania e a discórdia entre os cidadãos, ou pelo contrário o de criar pontes que permitam o diálogo e a concórdia?
O primeiro caminho foi o seguido em Espanha com o regime Zapaterista, numa mixórdia de questões tumultuosas e "fracturantes", que nada tem acrescentado à pacificação dum país que ainda hoje lambe as feridas de uma sangrenta guerra civil a que nós aqui ao lado escapamos, e que tendemos a esquecer. Os espanhóis não esqueceram e Zapatero faz o melhor que pode para o recordar.
A questão do aborto entre nós, pertence seguramente à primeira opção. Uma questão que deveria ter sido discutida onde lhe compete, na Assembleia da Republica, e votada de acordo com a consciência de cada deputado, sem intervenção partidária, é trazida para a discussão pública com consequências que se prevêem dolorosas para a parte vencida. As perguntas que entretanto foram levantadas na campanha, (campanha?), confirmam que não se podem referendar questões de grande complexidade técnica para as quais a maioria da população não se encontra habilitada para dar uma resposta sim ou não. Continuo a pensar que se tratou de uma medida destinada a distrair a malta, um balão de ensaio para mais altos voos, e como não quero participar nisso vou-me abster. Mas por uma questão de coerência desde já declaro que a ir votar votaria no sim.
O primeiro caminho foi o seguido em Espanha com o regime Zapaterista, numa mixórdia de questões tumultuosas e "fracturantes", que nada tem acrescentado à pacificação dum país que ainda hoje lambe as feridas de uma sangrenta guerra civil a que nós aqui ao lado escapamos, e que tendemos a esquecer. Os espanhóis não esqueceram e Zapatero faz o melhor que pode para o recordar.
A questão do aborto entre nós, pertence seguramente à primeira opção. Uma questão que deveria ter sido discutida onde lhe compete, na Assembleia da Republica, e votada de acordo com a consciência de cada deputado, sem intervenção partidária, é trazida para a discussão pública com consequências que se prevêem dolorosas para a parte vencida. As perguntas que entretanto foram levantadas na campanha, (campanha?), confirmam que não se podem referendar questões de grande complexidade técnica para as quais a maioria da população não se encontra habilitada para dar uma resposta sim ou não. Continuo a pensar que se tratou de uma medida destinada a distrair a malta, um balão de ensaio para mais altos voos, e como não quero participar nisso vou-me abster. Mas por uma questão de coerência desde já declaro que a ir votar votaria no sim.
Etiquetas: a polis
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