Coisas que não se compreendem (4)

Muitos quilómetros das atravancadas ruas de Lisboa estão reservados para o estacionamento exclusivo de viaturas dos funcionários de organismos do Estado: ministérios, secretarias, direcções de serviços, administrações, institutos, etc, etc, etc.

Que direito tem esses senhores de se apropriarem e de se servirem de um bem que pertence a todos? Que direito tem a Câmara Municipal de Lisboa de reservar um espaço público para uso exclusivo de alguns privilegiados? Por que razão os funcionários públicos, (a quem os ingleses muito apropriadamente chamam de civil servants para que nunca se esqueçam da sua função), se investem de poderes acima dos outros cidadãos comuns, como se pertencessem a uma casta superior?