quarta-feira, fevereiro 27, 2008

Obama, Obama

O clamor messiânico que envolve tudo o que se relaciona com o Novo Salvador Barak Hussein Obama de seu nome, é bem revelador do carácter pouco racional que tem o voto, e da supremacia do sentimento sobre a razão nas democracias modernas.

(A propósito disso nunca será demais realçar o excelente livro de Bryan Caplan, The Myth of the Rational Voter - why democracies choose bad policies, um tratado de apenas 276 páginas numa edição da Princeton University Press, com um título bem sugestivo e muito verdadeiro).

Obama tem a seu favor o facto de ser preto, bonito, bem falante, aparentemente inocente, e pouco mais. Não precisa de ter mais para ser visto como um novo Roosevelt ou um novo Kennedy. Na minha opinião será apenas, quando muito, um novo Jimmy Carter.

Mas o mais surpreendente é a atitude beata dos media nacionais perante um candidato que provavelmente nem saberá onde fica Portugal, ou já agora a Europa, que tem uma atitude perante a Russia que é assustadora (desmantelamento nuclear parcial e unilateral com renegociação do Tratado ICBM), quando tem a alternativa de uma candidata pró europeia, que até já por aqui viveu. Porquê? Não se entende.