segunda-feira, janeiro 30, 2006

Aquecimento global (2)

domingo, janeiro 29, 2006

Aquecimento global: efeitos do chamado "Efeito de Estufa"

Hoje às 15 horas estava a nevar em Lisboa.

quinta-feira, janeiro 26, 2006

Guerra Civil à vista na Palestina

A vitória contundente do Hamas nas eleições de ontem naPalestina não augura nada de bom.

Os palestinianos escolheram um partido que (1) recusa os próprios termos em que foram acordadas estas eleições, o chamado roadmap to peace, e que (2) é considerado por todos os Estados que subvencionam a Palestina, ou seja os europeus, como um partido de terroristas. Os palestinianos podiam estar fartos da corrupção generalizada e da desorganização do seu Estado protagonizada pela Fatah, mas não deviam ter mordido a mão que lhes dá de comer. Ou podiam?

Não é crível que os europeus retirem agora o apoio financeiro aos palestinianos, e é natural que à maneira tão típica de Javier Solana, procurem alguma desculpa para dar o benefício da duvida ao Hamas, enquanto esperam, que o Hamas mude, o que não creio que possa vir a suceder. O Hamas pelo seu sentido de "virtude" e o seu hábito de violência e apologia da morte, não é um partido de poder.

A conclusão disto parece-me assim ser a de que vai haver uma guerra civil na Palestina. Com alguns milhares de mortos. Seguir-se-á a intervenção da Síria e do Irão para acalmar as partes, e, inevitavelmente, a entrada de Israel. Temos assim todos os condimentos para uma convulsão a sério no Médio Oriente.

Alguns israelitas pensam que a força do Hamas foi dada pela "fraqueza" manifestada por Israel ao sair unilateralmente da faixa de Gaza. Não o creio. A força do Hamas é a força de centenas de milhares de frustrados de viverem num gheto, enquanto veem o sucesso económico e a riqueza espalhados à sua volta. Eles simplesmente não compreendem que isso é o fruto de uma condição que a sua história e religião abominam: o trabalho.

domingo, janeiro 22, 2006

Cavaco à primeira

Cavaco venceu à primeira. Venceu bem e sózinho como ele gosta. Parabens.

Alegre é uma cabeça vazia mas cheia de palavras bonitas. Como é que valeu 20% dos votos é para mim um mistério.

Soares mostrou um vigor insuspeitado. Continua a ser o melhor que a esquerda tem para oferecer. Por mim, ainda bem. Pode-se re-apresentar em 2011 que eu agradeço.

Jerónimo é de baixo nível mesmo. O seu discurso de derrota foi repugnante: o grande capital, os interesses obscuros, a hipocrisia de Cavaco...

Louçã é um cretino. Teve menos votos do que o Bloco há poucos meses atràs, e considera que teve uma vitória. Culpados do seu inchaço são os jornalistas que lhe dão importância, e que não veem que se ele governasse os fuzilava a todos.

"O povo português é sábio"

"O povo português é sábio"

disse Mário Soares durante a campanha eleitoral em Queluz, em 4 de Janeiro de 2006.

Nem mais.

Ponta dos Lagosteiros, Arrábida

Fiz hoje um excelente mergulho neste local, a 100 metros da costa. O melhor mergulho deste Inverno. No Verão não se pode mergulhar aqui porque a agua é suja.

Duração: 58 minutos
Profundidade máxima: 13 metros (saí por começar a ter frio, e não por falta de ar)
Temp. da agua: 12 graus
Visibilidade: Excelente (15-20 metros)
Equipamento: Fato húmido duplo de 5m/m, com colete de neopreno por baixo, lanterna, bussola, computador, garrafa de ar 12 litros.
Mar: chão
Ceu: poucas nuvens, temp. exterior 13,7 graus.
Vi: 2 santolas, muitos camarões, 2 polvos, um choco, três badejos com 30 cms, bodiões, fanecas, douradas, sargos veados, e muito mais peixe.

Apesar de estar numa zona protegida (Parque Natural da Arrábida, Zona de Protecção Maritma)estavam seis os sete caçadores de pesca submarina.
Se não há polícia na estrada como é que havia de haver polícia no mar?

sexta-feira, janeiro 20, 2006

Nasceu uma nova lingua!

Acho que nasceu na TSF, mas já nem sei, e não, não me refiro à novalíngua de Orwell. Essa já é oficial, chama-se de politiquês, e é praticada por todo o mundo dito de civilizado.

Falo de uma nova pronúncia no português falado em Portugal: o portuguêche. É essa lingua que agora se fala muito na rádio e na televisão. Caracteriza-se por um extremado preciosismo, que está muito para além do simplesmente pretencioso, e define-se pela eliminação de espaços entre a pronúncia de algumas palavras.

Este espaço é preenchido por um che.

Em alguns locutores (agora apelidados de jornalistas), o che de ligação é substituido por je. Mas atenção que não é o je das Beiras, mas um je aplicado onde ele não existe. Por exemplo portuguêje.

Alguns exemplos:

...queremosche debater as candidaturas... (notícias da TSF),

... os médicosche dizem que ...(notícias da SIC), ou

...nenhumas surpresasche uma vez que se conhecem osche candidatos à Presidencia da Republica... (notícias da TSF)


Outra característica é o final das frases sibilante, e em todas as palavras acabadas em r como por exemplo falar ou comer que passam a ser falarsss ou comersss. Para uma melhor compreensão é favor ouvir o deputado Paulo Pedroso, ou a jornalista da RTP Judite de Sousa.

Ainda outra característica (esta típica da TSF) é a inclusão de um hãã entre as palavras ou, mais elaboradamente, um mnhããm. A ideia chave é a de passar a mensagem de que o locutor não está a ler um guião, procura as melhores palavras, e não quer deixar haver tempos mortos ou espaços vazios entre as palavras.

Não consigo por mais que tente, falar assim, pelo que presumo que a aprendizagem desta nova lingua só deve ser possível a iniciados, requerendo aturado treino.

Por enquanto ainda não aparece escrita, mas com o tempo lá iremos.

O 'desígnio inteligente' não é ciência - diz, finalmente, o Vaticano

Segundo a CBS News o Jornal do Vaticano num artigo assinado por Fiorenzo Facchini, professor de biologia na Universidade de Bolonha, critica os creacionistas dizendo que "o desígnio inteligente não é ciência, e o pretexto que pode ser ensinado como teoria científica, ao lado da explicação evolucionista de Darwin, é injustificado". Acrescentou ainda que os argumentos dos creacionistas "não são ciência, mas ideologia".

Até que enfim! Penso que Darwin ficaria satisfeito com este primeiro e modesto passo. Toda a sua longa vida, lutou contra a sua crença religiosa, passo a passo, numa descoberta gradual de que o creacionismo em que fora educado, não podia responder à observação científica que fazia todos os dias. Lutou contra o fervor religioso da sua mulher, contra a família próxima, e contra sociedade em geral, dando um exemplo de homem de ciência, invulgar para a sua época e estatuto social.

Provou que o mundo não tinha apenas cinco mil anos de existência como se acreditava até aí, (hoje sabemos que está próximo dos cinco mil milhões de anos), que as espécies se modificavam e adaptavam lentamente ao longo dos anos pela selecção natural (hoje sabemos que para além da evolução pela selecção natural, existe ainda a evolução pelas mutações genéticas, ou erros de cópia, e pela deriva genética), e que finalmente, o homem, pelo facto de compartilhar inúmeras similaridades com os outros seres vivos, não tinha nenhuma razão para ser diferente de todas as outras espécies. E provou isto antes de conhecer as teorias de hereditariedade de Mendel, a antes da descoberta do ADN.

Haldane disse há mais de cinquenta anos que deixaria de acreditar na teoria da evolução pela selecção natural, se alguém lhe mostrasse um fóssil de coelho da época do Pré-Câmbrico. A sua ideia era a de que sendo o coelho um mamífero, que como todos os mamíferos teria descendido de um réptil, que por sua vez teria descendido de um anfíbio, que teria descendido de um peixe, e por aí fora, seria impossível descobrir um fóssil anterior aos seus ascendentes cem milhões de anos atrás. Tal como não seria possível descobrir fósseis de hominídeos do tempo dos dinosauros.

Os creacionistas deviam pensar nisto. Se querem acreditar nos seus dogmas religiosos façam o favor, mas nao misturem ciência com religião.

terça-feira, janeiro 10, 2006

A ideia de Europa é hoje muito poucochinho, infelizmente

Com um Prefácio assinado nada menos que por José Manuel Durão Barroso, a Gradiva publica (ed. Gradiva, Dezembro de 2005, 55 páginas), um pequeno opúsculo sobre uma palestra proferida por George Steiner em 2004 no Nexus Institute em Amsterdam.

George Steiner, natural de Paris, mas educado nos Estados Unidos, é um produto da mais alta cultura europeia. Talvez por isso seja considerado um humanista pessimista. A sua voz é genial.

Começa por nos dizer, de forma brilhante, que a ideia de Europa se revê à volta da imagem dos cafés europeus. Só na Europa existem cafés, onde se convive, se discute, se escreve, e até se pode beber um pouco. Como ele refere "ninguém redige tomos fenomenológicos num bar americano (cf. Sartre)". A cultura do café, de Lisboa a Viena está ligada ao mais íntimo do ser europeu.

A Europa é um lugar onde se anda a pé, "a Europa foi e é percorrida a pé". "Esse facto determina uma relação existencial entre a humanidade europeia e a sua paisagem". " A história europeia está repleta de longas marchas".

"As ruas, as praças calcorreadas pelas mulheres, crianças e homens europeus são cem vezes mais designadas segundo estadistas, figuras militares, poetas, artistas, compositores, cientistas e filósofos". "Até uma criança na Europa se dobra sobre o peso do passado como tão frequentemente se dobra sob o peso das mochilas escolares".

A Europa tem uma herança dupla de Atenas e de Jerusalém. "Uma relação simultâneamente conflituosa e sincrética" que "ocupou o debate teológico, filosófico e político desde os Doutores da Igreja a Leon Chestov, de Pascal a Leo Strauss". "Permanecemos saturados das raízes gregas". "A obsessão pela tensão entre judeus e gregos levou à invenção da cristandade por Paulo".

Temos finalmente a consciência do nosso próprio ocaso, o que explica as guerras fratricidas em que estivemos envolvidos.

E assim com o diagnóstico feito pergunto: tudo isto chega para termos uma ideia de futuro para a Europa?

Obviamente não chega. Como explicar senão o êxodo dos jovens para as Américas? A perca da identidade nacional e o domínio avassalador da língua inglesa? A uniformização da cultura importada? A vaga gigantesca de agnosticismo, senão mesmo de ateísmo?

Gerge Steiner diagnostica os problemas de uma forma brilhante mas não consegue apontar soluções, referindo apenas que a Europa "pode ter o privilégio imperativo de pôr em prática um humanismo secular". "A Europa pode apontar uma vez mais o caminho a seguir". "Pode ser que a Europa venha a gerar uma revolução contra-industrial, assim como gerou a própria revolução industrial". O que é isso? Não diz.

George Steiner não se interroga sobre o porquê do sucesso americano ou asiático. É verdade que "fazer dinheiro e inundar as nossas vidas de bens materiais cada vez mais trivializados é uma paixão profundamente vulgar e inane". Mas pode-se argumentar com isso a quem não tem nada? George Steiner sabe isso muito bem, ele que talvez mais do que nenhum outro conhece o mundo anglo saxónico, e o pensamento americano.

O mundo vive hoje uma repetição da extraordinária revolução que a descoberta do caminho marítimo para a Índia, e a conquista das Américas trouxeram para a Europa: a globalização. Nessa altura também muitos desapareceram.

George Steiner não fala por isso do essencial e nesse aspecto a minha crítica: numa sociedade tecnológica avançada, no mundo globalizado, quem não for competitivo está destinado a desaparecer, e a Europa é hoje pouco, muito pouco competitiva, com encargos sociais gigantescos e com uma demografia que ainda por cima não ajuda.

Não haverá por aí que aponte um caminho? Estamos mesmo destinados a ser o fim da História?

sexta-feira, janeiro 06, 2006

"Homens, Espadas e Tomates" de Rainer Daehnhardt

Recebi pelo Natal como oferta, este livro que, pelo título, nunca compraria.

Engano meu. Rainer Daehnhardt é para além de um grande colecionador de armas, um patriota, um ferrenho amante de história de Portugal, um profundo conhecedor das armas e do modo de guerrear dos portugueses de antanho. E o livro é de agradável leitura.

A primeira parte (edição Zéfiro, 2005, 337 páginas e 151 ilustrações) é um somatório de relatos de aventuras dos portugueses na India. Quase todos desconhecidos, e contados de um modo vivo e divertido.

A segunda parte é quanto a mim a mais interessante, e responde a uma pergunta que nunca até hoje vi ser respondida: Como é que com cerca de 600 homens Afonso de Albuquerque conquistou a India? Como é que durante quase cem anos, meia dúzia de naus lentas e pesadas a milhares de quilómetros da sua terra, conseguiam consistentemente derrotar centenas de navios mais ligeiros e velozes, exércitos de turcos, muçulmanos e indígenas, que se contavam pelas dezenas de milhares?

No aspecto humano a resposta é complexa, mas inclui uma certa dose de fanatismo religioso, uma grande dose de descaramento, e uma coragem no combate que é incompreensível para os homens de hoje.

No aspecto tecnológico a vantagem dos portugueses era avassaladora: as naus portuguesas podiam disparar à tona da agua, fazendo até ricochete, e os seus canhões dispostos na amurada, eram carregadas pela culatra, o que lhes permitia fazer até vinte vezes mais disparos do que as embarcações inimigas, que eram carregadas pela boca, e expunham os seus servidores a ficarem pendurados do lado de fora dos navios, a carregar munições, e ao alcance dos mosquetes portugueses. A força dos pelouros (balas de canhão) portuguesas era tal que um só tiro podia trespassar um navio de um lado ao outro, e eventualmente trespassar dois navios a par. De notar que era necessária uma qualidade de aço ímpar para poder suportar fogo contínuo durante algumas horas, e daí o cuidado que os portugueses punham nas fundições que abriram especialmente em Goa, Cochim, Malaca e Macau, uma vez que as peças de artilharia tinham que ser refundidas depois de cerca de 100 tiros. Os pelouros eram esferas de granito ou mármore, que apesar de envoltas em serapilheira, causavam enormes estragos na alma dos canhões. Os portugueses dispunham ainda de umas pequenas peças de artilharia portáteis e móveis, apoiadas numa forquilha, chamadas de berços, que podiam ser colocadas à popa de pequenas embarcações a remos, com a maior desenvoltura.

Uma desvantagem dos portugueses era o facto de já não usarem arcos e flechas, mas bestas com virotes, muito mais lentas de disparar. O alcance dos arcos turcos era de mais de trezentos metros, pelo menos quatro vezes o alcance de um mosquete, e causavam terríveis estragos nas forças portuguesas. No mar colocava-se uma rede sobre a embarcações, mas em terra isso era impossível, e só o uso de escudos podia proteger os infelizes do fogo inimigo. Só que os portugueses quase não usavam escudos, porque preferiam usar na mão esquerda uma adaga.

Porquê então a adaga na mão esquerda, e a espada na direita? A técnica de combate dos portugueses, que eram imbatíveis no corpo a corpo, consistia em aparar os golpes de espada ou cimitarra inimigos com a mão esquerda e enfiar a espada a direito como se fosse um punhal, enquanto o inimigo estava de peito aberto. As espadas portuguesas tinham na guarda uma protecção para o dedo indicador, o que lhes permitia colocar o referido dedo à frente da guarda, e poder assim puxar e retirar a espada depois da estocada, servindo-se dela tal como se de um espeto se tratasse, e adicionalmente, tal como os outros, como se fosse uma moca, num movimento horizontal ou vertical de grande amplitude. Os portugueses tinham que ser exímios esgrimistas porque esta utilização da espada obrigava a saber esgrima, para posicionar os pés na estocada.

Gente temerária e valente, como já não hà.

quinta-feira, janeiro 05, 2006

Ineficaz será mesmo o termo certo?

"As técnicas da Comissão de Protecção de Crianças e Jovens (CPCJ) de Viseu que acompanharam o caso do bebé de Mozelos foram ineficazes, confiaram demais, e estavam mal preparadas", conclui o relatório elaborado por três inspectoras do Ministério da Saúde, da Justiça, e do Trabalho e da Solidariedade Social.

A notícia vem no Público de hoje (link não disponível) , via SIC.

A história é simples de contar: no dia 9 de Dezembro um bebé com 50 dias de vida entrou pela quarta vez no Hospital Pediatrico de Coimbra, desta vez em estado de coma, devido a maus tratos e abusos sexuais por parte dos pais.

Pela quarta vez em cinquenta dias
.

A criança que estava entregue aos cuidados da avó materna por suspeita de incapacidade dos pais naturais, era "acompanhada" pela CPCJ de Viseu, uma assistente social e uma psicóloga. Apesar do pai ser referenciado em três casos de abuso sexual de menores, as "técnicas" da CPCJ nunca falaram com os vizinhos do casal, nunca foram à polícia, nunca falaram com os médicos do Hospital que anteriormente haviam detectado agressões graves, nunca falaram com a médica de família do Centro de Saúde. As profissionais confiaram no pai que no dia da visita (?!) disse que a mãe e bebé estavam a dormir.

Até aqui tudo normal. Ou seja, o costume.

O que não é normal, o que não pode ser normal, é que este comportamento de grave negligência seja apelidado por uma Comissão nomeada por três Ministérios como de meramente ineficaz, atirando-se a culpa para o "sistema", ou a "falta de meios", ou a "sobrecarga de trabalho", que é o que significa a frase "estavam mal preparadas".

O que não é normal é que essas "técnicas" não tenham sido imediatamente suspensas, e com um processo de homicídio por negligência. Não pode ser normal que três Ministérios dêm cobertura a este escândalo, a não ser que se esteja a proceder a um branqueamento do caso.

A notícia sai assim de mansinho, a ver se passa despercebida no ruído das presidenciais, e se calhar até vai passar.

segunda-feira, janeiro 02, 2006

O extraordinário título do Le Monde: Apesar dos temores, a noite do réveillon ocorreu sem incidentes de maior

A notícia:

" 425 veículos foram queimados em França por ocasião da noite de São Silvestre contra 333 no ano anterior, anunciou no domingo de manhã o director-geral da polícia nacional Michel Gaudin, durante um encontro de imprensa em Paris. Entre esses 425 veículos, 177 foram incendiados na Île de France, precisou M. Gaudin. Ele sublinhou "a muito, muito grande dispersão" desses incêndios que atingiram 267 municípios (132 no ano anterior) em 53 departamentos (41 no ano anterior)."

O comentário:

Quem ainda consegue ler o Le Monde, merece levar com este tipo de jornalismo.