terça-feira, junho 26, 2007

A guerra não é solução



Este chavão de tantas vezes repetido, passou a ser uma verdade. Zapatero que trata as suas forças armadas como se fossem uma ONG, não se devia admirar dos resultados. Tenho pena pelos pobres soldados mortos sem glória.


Fica aqui um poster comemorativo do porquê as sociedades livres precisarem cada vez mais das suas forças armadas.

Viva o Porto

A ética já não é o que era

Algures no Cais do Sodré deparei com um cartaz do Bloco de Esquerda que proclamava sóbriamente que "se houvesse mais zés, havia menos Braga Parques". Havia mesmo?

Independentemente do prejuízo que esta propaganda está a criar à empresa (os seus advogados devem estar a dar saltos de contentamento a pensar nas chorudas indemnizações), as "Braga Parques" são o fruto da gestão autárquica corrupta que temos. Começaram exactamente em Braga com o Sr. Mesquita Machado e o financiamento da Câmara, do PS, e dos amigos que estão entre os dois, e com a criação de parques de estacionamento privados em espaços públicos, onde até o direito de superfície lhes foi concedido; o Sr. Névoa viu-se subitamente catapultado de trolha a empresário de construção fino, e o esquema era de tal modo interessante que o Dr. João Soares, bem aconselhado, o trouxe para Lisboa.

O zé que faz falta é o mesmo que tinha onze assessores a dois mil e quinhentos euros por mês para cada um, e um modesto Lexus como carro de serviço? Ele não passa de um pobre diabo à cata de um modo de vida, mas o facto dos vereadores de todos os partidos estarem no mesmo esquema de banditismo oficializado, não lhe dá o direito de armar em moralista, ou de clamar que faz falta. O zé afinal faz tanta falta como o resto da malandragem que parasita a Câmara de Lisboa: onze mil funcionários (Roma tem quatro mil), para uma população de seiscentos mil habitantes. Mas esse assunto é tabu, claro está. Também por Lisboa se pode falar de tudo menos do sagrado direito ao emprego pago por todos nós. De modo que, como no resto do país, sanear a economia significa apenas extorquir mais impostos para manter o sistema a funcionar. Infelizmente depois de 30 anos de socialismo resta muito pouca gente séria.

Ouvi de viva voz a uma refugiada da revolução bolchevique que o socialismo destrói os fundamentos da moral e da ética, e essa frase que já lera algumas vezes só nesse momento se tornou real para mim. A criação do homem novo é mesmo disso que trata: reconstruir o passado, recomeçar do zero, e de uma penada eliminar trinta séculos de filosofia. O que interessa é sacar, encher a barriga, o resto são tretas.

domingo, junho 24, 2007

Tratado de Lisboa

Espero que o futuro Tratado de Lisboa (o Reform Treaty já foi assim baptizado - os portugueses são muito bons nas grandes intenções), tenha mais sucesso que a famosa Estratégia de Lisboa, também chamada de Agenda de Lisboa, que ia fazer a Europa ultrapassar os Estados Unidos em 2010.

Ah!Ah!Ah!

PS. O que interessa é o nome não é? o conteúdo, ora bolas, isso nem se discute.

Escutas mais escutas

Pelo que lemos e ouvimos, o trabalho que a Polícia Judiciaria faz passa única e exclusivamente pelas escutas telefónicas. Toda a prova de algum crime depende da existência de escutas. Não há investigação que não passe pelas escutas, e como é evidente qualquer criminoso que se preze já aprendeu a não falar ao telefone. Lamentável o estado minimalista a que chegou a nossa polícia de investigação.

terça-feira, junho 19, 2007

Mistérios da política à portuguesa

Se um candidato a Presidente de Câmara prometesse oferecer um automóvel por cada cinco lisboetas que vivem no centro da cidade, toda a imprensa gritaria em uníssono que era uma proposta demagógica e imbecil.

José Sá Fernandes do Bloco de Esquerda entrevistado hoje na TSF, propõe-se subsidiar as rendas de 20% da área de construção de cada prédio do centro de Lisboa, o que é a mesmíssima coisa, e ninguém fala nada.

Sir Salman Rushdie

Ao fazer sessenta anos, e depois de cumpridos dezoito anos, sobre a fatwa de Komeni que o condenou à morte pela escrita dos Versículos Satânicos, o maior romancista vivo de língua inglesa, é finalmente condecorado pela Rainha de Inglaterra, um reconhecimento mais do que merecido.

Os Versículos Satânicos são uma história de um profeta a quem o diabo tenta, ditando-lhe sentenças, que são inscritas no Corão. Quem conhecer minimamente o Corão poderá entender o porquê da revolta dos muçulmanos na altura; pode menos entender a comoção de hoje e os renovados apelos ao assassinato do escritor, que só se explicam pelo fervor religioso de uma religião de fanáticos que pensam poder ditar as suas leis a um país europeu enfraquecido por décadas de multiculturalismo.


Rushdie não é um político, mas um romancista, "alguém que escreve contos de fadas para adultos", no dizer de Nabokov. Um grande romancista aliás. Um dos poucos romancistas modernos que eu consigo ler. Li O Ultimo suspiro do Mouro que é um romance monumental sobre a história de uma família portuguesa em Bombaim ( Rushdie nasceu nessa cidade), e um livro magnífico. E li também O Chão que ela Pisa, que retrata a história divertida e trágica de uma cantora pop, um assunto aparentemente frívolo tratado com a maior seriedade. Não li ainda o Shalimar The Clown, que guardo para este verão.

Como disse não sou muito dado à leitura de romances, e acho notável que dois dos dois melhores romancistas de língua inglesa da actualidade V. S. Naipaul e Rushdie sejam de origem indiana (V. S. Naipaul é nativo da ilha de Trinidad), e louvo a atitude do governo inglês de reconhecer publicamente este grande escritor. E já agora aproveito para lembrar que Rushdie nunca levará o Nobel: tem demasiada categoria para ser indigitado para um prémio tão politizado.

segunda-feira, junho 11, 2007

Daqui a seis meses voltamos a falar

E entretanto:
  • António Costa deixa de ter o problema da Portela à perna e pode ter uma vitória significativa em Lisboa,
  • O Governo pode trabalhar à vontade na Presidência Europeia, sem ter de perder tempo com ninharias como arranjar desculpas para a Ota,
  • O LNEC, que depende do Ministro das Obras Públicas tem tempo para preparar um dossier onde diz que sim mas que também, deixando a Ota em aberto,
  • O pessoal tem tempo para se fartar de falar na Ota, e assim esquecer a Ota,
  • O Presidente da Republica fica contente porque foi ouvido e o seu aconselhamento seguido,
  • O Primeiro Ministro mostra que não é tão teimoso quanto os críticos afirmam. Ele sabe decidir.

sábado, junho 09, 2007

Para os que persistem em andar distraídos

terça-feira, junho 05, 2007

Acerca do prós e contras de ontem sobre a Ota

Algumas perplexidades sobram para quem como eu raramente vê televisão, e espera ser elucidado sobre o magno problema nacional da escolha do novo aeroporto para Lisboa:

1. Agora a moda autárquica é a de se apresentar num debate com três dias de barba por fazer?

2. É mesmo verdade que nunca se fizeram estudos sobre a perigosidade da Ota como campo de aviação?

3. Vai ser abatida uma montanha e retirados 50 milhões de metros cúbicos de terra. Onde vai ser despejada essa terra, não preocupa ninguém?

4. O Augusto Mateus acredita mesmo que os habitantes de Aveiro vão escolher a Ota em detrimento do aeroporto Sá Carneiro, ou sabe que o Sá Carneiro vai ser desactivado?

5. Não há mesmo estudos de impacte ambiental sobre a localização na margem norte do Tejo? Só sobre a margem sul?

6. O representante da hotelaria que está preocupado com o facto da estadia média de visitantes em Lisboa ter descido de 4 noites para uma noite e meia, não vislumbra qual será o impacto de mais meio dia de viagem provocado pela ida e volta da Ota?

7. Há assim tanta gente que acredita que os transportes para a Ota serão rápidos e baratos, só porque tem de ser? Quem pensam que vai subsidiar esses comboios e auto-estradas?

8. Portela está saturado porque sim?

Perguntar não ofende.

domingo, junho 03, 2007

O Discurso da Candidata a Miss Universo

"O fim de todas as guerras, o fim das desigualdades sociais, da doença e da fome. Falam do impossível como se fosse possível. Amanhã. Falar com um bloquista, da maioria ou da minoria, é ouvir o discurso da candidata a Miss Universo."

Rodrigo Moita de Deus, em post a comentar a cobertura do Congresso do Bloco de Esquerda, no 31 da Armada.

Pergunto eu: não será que que o público alvo de ambas as manifestações é o mesmo?

sábado, junho 02, 2007

Perdão, pode repetir que não entendi?

Reformar a ONU é uma tarefa impossível, que só existe em mentes pouco informadas.

No dia 17 de Maio terminou o mandato da 15ª Comissão da ONU para o Desenvolvimento sustentável, com as conclusões inúteis que constam deste relatório, que não tem ponta por onde se lhe pegue, mas que linko aqui por se acaso.

Imediatamente a seguir foi eleita a 16ª Comissão, presidida por Sua Excelência o Sr. Francis Nhema, Ministro do Ambiente e Turismo do Zimbabwe. Sim do Zimbabwe, o mesmo país que era há bem poucos anos considerado o celeiro de África, e cujas políticas de desenvolvimento levaram à miséria total, à fome generalizada, a taxas de desemprego de 80%, e a inflação oficial de 3.000 porcento.

Uma questão de moral pública

A Directora do Instituto Camões lamentou na televisão, como antes dela outros já tinham feito, que este ano havia dinheiro para pouco mais do que pagar aos funcionários.

Porreiro, pensei eu. Quantos e quantos Institutos e organizações similares poderão estar nas mesmas condições?

Não ocorre a ninguém questionar a moral de estarmos todos a pagar dos nossos impostos para manter uma catrefada de pessoas sem produzir?