terça-feira, agosto 28, 2007

A Herança Portuguesa na Asia



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segunda-feira, agosto 27, 2007

Masters of persuasion

Parece tão simples que é Assustador mesmo, João.



Veja o vídeo até ao fim.

quarta-feira, agosto 22, 2007

Vamos mal

Perante a passividade da polícia, e agora do Ministro da Administração Interna, foi praticado em Silves por um grupo de jovens, um acto terrorista de destruição de uma plantação de milho transgénico, com a desculpa que o milho é tóxico e outras imbecilidades do mesmo estilo. Não vou discutir isso. A questão dos transgénicos é há muito uma questão política e não científica, e resulta do medo que muitos ignorantes tem de um mundo que não compreendem.

Um. Um acto terrorista e não um acto de vandalismo porque os actos de vandalismo são actos de destruição mas gratuitos, e os actos terroristas são actos de destruição com motivações políticas.

Dois. Um acto terrorista agravado, porquanto praticado na frente da polícia que assistiu passivamente para a destruição de uma propriedade privada absolutamente legal. Acessóriamente: teria a polícia agido da mesma maneira se se tratasse de uma acção praticada por nazis? Claro que não.

Três. Um acto terrorista que conta com a cumplicidade apagada do Ministro responsável pelas polícias, que assobia para o lado enquanto diz aguardar a queixa da vítima, alegando tratar-se de um crime semi-público. Uma mentira. Mais uma. Vamos mal.

sexta-feira, agosto 03, 2007

O Senso Comum é bem pouco Comum

Consideremos a Politica Agrícola Comum (PAC) da Comunidade Europeia, pela qual alguns milhares de agricultores recebem biliões de euros de subsídios para manter baixos os preços de produtos agrícolas produzidos na UE.

A Lei económica das Vantagens Comparativas diz-nos que esta política é um erro: a concorrência internacional e a abertura dos mercados fazem os preços baixar e não subir. No entanto esta evidência pode parecer contra intuitiva: "A PAC protege-nos das flutuações dos mercados", ou "a PAC protege a Europa do domínio dos mercados Americano/Russo/Asiático", ou ainda "a PAC é uma reserva estratégica da Europa". Todos estes sentimentos fazem sentido, mas valem a transferência económica da grande maioria para uma minoria insignificante, de tantos biliões?

Um político que tenha que navegar dentro das variadíssimas posições que cada europeu tem sobre a PAC, vai ter de chegar a um consenso, se quer manter o seu lugar e garantir a sua reeleição - e é para isso que é político. E o consenso é naturalmente tentar satisfazer a uns e outros "dividindo o mal pelas aldeias": as verbas da PAC não serão cortadas nos próximos 10 anos mas irão sendo reduzidas ao longo do tempo.

Esta política é errada, representa um desperdício anual de biliões de euros, mas é inevitável, e é esse o fruto da irracionalidade dos eleitores. Não lhe chamemos de ignorância porque se trata apenas de irracionalidade. Até os eleitores esclarecidos aceitam esta política.

Todos os dias a mão invisível do mercado nos faz tomar decisões que são as melhores para nós: a compra do pão, do leite ou de mercearias regem-se por critérios práticos daquilo que mais barato e melhor podemos comprar com o nosso dinheiro. O conjunto das compras e vendas fazem o mercado, e ninguém são de espírito nega a sua eficácia (e muito menos os que viveram ou vivem ainda nos paraísos socialistas de prateleiras vazias). Escolhemos o que é melhor para nós porque temos algo a ganhar ou perder. Directamente. Sem intermediários.

Quando vamos votar sabemos claramente que com nosso voto é impossível mudar o resultado das eleições. Na prática ninguém ganha nem perde por um voto. O custo/benefício da mudança, para o bem ou para o mal também fica diluído nos milhares de votos: se eu votar mal o meu prejuízo pessoal será insignificante depois de dividido por todos, e se votar bem o meu benefício será consequentemente também diminuto. Logo, posso votar não naquilo que acho economicamente melhor, mas naquilo que me dá mais prazer, numa ideia, num sentimento, numa ideologia, uma motivação poética, num preconceito. Se na economia real o consumidor é egoísta, porque escolhe o melhor para si, no voto o eleitor é naturalmente altruísta porque o preço a pagar pelo altruísmo é muito mais barato do que na economia real.

Quais são os principais preconceitos que uma maioria de nós temos: o preconceito de que o mercado é mau e anárquico e que deve ser controlado, esquecendo que foi graças a sistema capitalista de mercado que o mundo produziu a riqueza que hoje tem. O preconceito xenófobo, ou de que os estrangeiros vem roubar os nossos lugares que são preciosos. O preconceito de sobrestimar o valor dos postos de trabalho na economia (1), ignorando que quando se destrói um posto de trabalho é porque se aumentou a produtividade, e que só o aumento de produtividade é fonte de riqueza. E, finalmente o preconceito do pessimismo económico ou de que o mundo está cada vez pior, quando sabemos que o mundo está melhor do que alguma vez esteve.

Quando vamos votar o nosso voto, porque nos sai barato, é frequentemente irracional. E se o voto não altera o resultado votamos frequentemente em politicas que nos fazem sentir bem com nós próprios e com os nossos preconceitos, mesmo quando sabemos que essas políticas são desastrosas na prática.

A democracia estará assim destinada ao fracasso? Não está, e continua a ser o menos mau de todos os regimes políticos, e o nosso papel e o de a entender e melhorar.

Para ler mais sobre este assunto recomendo fortemente a leitura do livro The Myth of the Rational Voter de Bryan Caplan, professor de Economia na George Mason University ( ed. Princeton University Press, em New Jersey e Oxford, 276 paginas). Fascinante.

(1) Conta-se a história de um professor de economia que ao visitar a China dos tempos de Mao, foi levado a assistir à construção de uma barragem por milhares de homens com pás e picaretas nas mãos, e tendo perguntado porque não usavam máquinas, foi-lhe respondido que o que pretendiam era ocupar a mão de obra que tinham. Ao que o economista respondeu: - "Se o que querem é manter a mão de obra ocupada porque não substituem as pás e picaretas por colheres de chá?". Tive uma experiência semelhante na India de Indira Gandi, onde num jantar com o Vice-Ministro da Industria ele me disse claramente que na India não eram precisos computadores, porque precisavam era de gente para escrever documentos à mão e com isso receber um pedaço de arroz. Confesso que na altura não sabia a história do economista na China, e fiquei calado.

Primeiro Ministro Comemora o 50º Aniversário da LPN

A Liga para a Protecção da Natureza é a organização ambientalista mais antiga da Península Ibérica. Festejou em 28 de Julho de 1998 o seu 50ª aniversário, data que foi escolhida pelo Estado para comemorar a nível nacional o Dia Nacional da Conservação da Natureza.

Este ano no dia do seu 59º aniversário o Primeiro Ministro (e as televisões ) estiveram atentos à celebração. Na Newsletter nº 60 da LPN leia-se o seguinte:

COMUNICADO DE IMPRENSA:
Comemorou-se, no dia 28 de Julho, o Dia Nacional da Conservação da Natureza, instituído pelo Estado Português em 1998, na data em que a Liga para aProtecção da Natureza (LPN) celebrava o seu 50º Aniversário. Este ano, no momento em que a LPN festejava os seus 59 anos, o Primeiro-Ministro José Sócrates e o Ministro do Ambiente Nunes Correia assinalavam este dia nacional com uma visita às obras de construção da barragem de Odelouca, que estiveram suspensas durante 3 anos, em virtude de um pré-contencioso aberto pela Comissão Europeia, com o Estado português.
A omissão total da efeméride e as manifestações de regozijo, proferidas por estes dois representantes do Estado Português, em relação a um projecto com impactos ambientais negativos incontestáveis, espelham claramente o menosprezo a que é votada a conservação da natureza pelo actual Governo. A barragem de Odelouca está a ser construída com o pretexto de garantir água, destinada ao consumo humano, para servir as populações algarvias. Na realidade, esta barragem vem apenas encobrir o uso abusivo das águas subterrâneas para a agricultura intensiva e rega de um número crescente — irrealista e não sustentado — de campos de golfe aprovados, e de jardins em zonas turísticas, com custos mais elevados e com qualidade da água inferior, numa região em que a escassez de água é um problema crítico. Esta obra implica ainda a construção de um túnel para transferência de água (transvase) entre Odelouca e a barragem do Funcho, utilizada maioritariamente para rega, e que conta com participação financeira do Fundo de Coesão.
Para agravar a situação, a maioria dos empreendimentos serão em zonas de recarga de aquíferos, contrariando a Directiva Quadro da Água e a Directiva Nitratos, uma vez que se tratam de zonas que deveriam ser classificadas como vulneráveis. Estudos recentes comprovam que os aquíferos algarvios são suficientes para satisfazer a necessidade de abastecimento da população desta região, mesmo em anos de seca, sem necessidade de ser construída a barragem.
No mesmo dia, José Sócrates declarou publicamente o seu apoio a um conjunto de 10 novos projectos turísticos, aprovados ao abrigo do expediente burocrático intitulado Projecto de Interesse Nacional (PIN), defendendo que os mesmos se destinam à reconversão da oferta turística para uma qualidade superior. A LPN considera escandaloso apresentar a construção de empreendimentos de mais de 400 camas como se se tratasse de uma estratégia de reconversão para um turismo de qualidade, quando os mesmos são construídos e adicionados aos já existentes, à custa da destruição de mais áreas naturais, e não pela remoção das construções de má qualidade que enxameiam o Algarve e que, essas sim, deveriam ser efectivamente reconvertidas.
Será que esta massificação encapotada da oferta turística, com aumento da carga urbana e dos campos de golfe, aliada à intensificação agrícola, bem acima da capacidade biofísica do território, é compatível com um turismo de qualidade e que se afirma como sustentável, isto para não referir as questões relativas aos ganhos imorais e insuficientemente esclarecidos decorrentes das mais-valias urbanísticas?
Para a LPN, foi clara a mensagem de total repúdio pelos valores naturais e pela conservação da natureza por parte do Governo português, agravado pelo facto de ser aclamado pela tutela do Ambiente, o que evidencia um total desrespeito pela legislação e pelos compromissos assumidos, ao nível nacional e europeu, para a salvaguarda da biodiversidade e dos habitats naturais, entre os quais se inclui a meta para travar o declínio da biodiversidade até 2010, constituindo mesmo uma provocação aos que defendem um Desenvolvimento Sustentável e um ataque directo aos reais interesses dos portugueses.

Lisboa, 1 de Agosto de 2007
A Direcção Nacional da Liga para a Protecção da Natureza

quarta-feira, agosto 01, 2007

Windows Vista: a ultima palavra em Vaporware

Acabo de ter o meu primeiro contacto com o Windows Vista. Computador novo, primeiro power on. Uma eternidade. Deve estar a instalar ficheiros, pensei eu. Uma eternidade, mas é assim mesmo.

Á primeira vista o mesmo sistema operativo de sempre com umas modernices que querem fazer lembrar a Apple.

Pop-ups por todo o lado. Claro, tinha-me esquecido e estava a trabalhar com o Internet Explorer. Instalei o Firefox e acabou a brincadeira. Instalei mais duas ou três coisas e reiniciei o computador. Quase cinco minutos (1 MB de memória e 160 GB em disco). Se calhar é pouco.

Viva o meu mac.