segunda-feira, outubro 30, 2006

Esta burocracia que nos consome

Documentos necessários para renovar (atenção que é apenas renovar) a licença de uso e porte de arma de caça (de renovação obrigatória todos os três anos):

  • Requerimento em formulário próprio da Polícia de Segurança Pública (A+B+G):
    • Documento A: consta de 66 perguntas, nem todas para preencher.
    • Documento B: consta de 39 perguntas.
    • Documento C: consta de 43 perguntas, nem todas para preencher, sendo uma delas por exemplo a entrega do Projecto de Águas e Esgotos, algo que me ultrapassa, porque não consigo entender o porquê deste requisito.
  • Fotocópia do B.I.
  • Duas fotografias tipo passe.
  • Certificado de frequência do curso de actualização (como não está legislado, dispensa-se por enquanto este documento).
  • Fotocópia da carta de caçador com arma de fogo (para quê? não posso ter armas de caça e não ser caçador?).
  • Declaração sobre compromisso de honra de que o requerente se encontra no uso de todos os direitos civis. (o Estado não sabe isso? para quê a burocracia?)
  • Certificado médico de aptidão física e psíquica.
  • Fotocópia do cartão de eleitor ou atestado de residência.
  • Certificado do Registo Criminal. ( Para quê? a Polícia não pode consultar on-line, fazendo o mesmo que eu faço e evitando-me a deslocação?)
  • Certidão de ausência de condenação criminal por condução sobre influência do álcool - DGV. (idem).
  • Prova de seguro obrigatório das armas. (Para quê? o beneficiário do seguro não sou eu? note-se que já é obrigatório o seguro de caçador que cobre acidentes de caça!)

Noto ainda, (como posso não o fazer?), que com esta burocracia estúpida se consegue sem dúvida, acabar com o privilégio da caça entre os mais desfavorecidos, os habitantes do interior e os agricultores pobres, em benefício das elites urbanas. Digno de um governo dito de socialista

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No Brasil o crime compensa

O Supremo Apedeuta foi reeleito com mais de 60% dos votos.

Lula da Silva, o operário semi-analfabeto e "filho de minha mãe que nasceu analfabeta", que se popularizou por chefiar uma quadrilha de malfeitores de que fazem parte sindicalistas, intelectuais da esquerda revolucionária, e muitos políticos oportunistas, reuniu uma vez mais o voto dos pobres e dos analfabetos, dos intelectuais, e dos muito ricos, para o levar juntamente com os seus apaniguados de volta ao Palácio do Planalto.

O tão sofrido povo brasileiro foi uma vez mais enganado. Os banqueiros rejubilam porque a paz social está assegurada, e a quadrilha soma e segue. "-Vamos costurar todas as alianças necessárias para que a gente possa ter tranquilidade e aprovar todos os grandes projectos que eu acho que o Brasil precisa", afirmou Lula ainda ontem.

"Costurar" é mesmo o termo apropriado.

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terça-feira, outubro 24, 2006

O Estado é que Induca

Já vem de trás, de muito antes do 25 de Abril, esta ideia de querer à força inculcar nas pessoas que o Estado cria emprego, que o Estado é quem tem iniciativa, que o Estado é quem faz, o Estado é que dá.

É uma ideia falsa e perigosa. Falsa porque o Estado não faz nem dá nada. Tira. E com o que tira, administra mais ou menos bem, (mal no caso português), e distribui pela sociedade. Perigosa porque viciosa, potenciadora de criar dependência. Mas esta é a romântica herança do socialismo cor-de-rosa que nos ficou, e que é imune às lições da história. É muito mais fácil acreditar no Pai Natal.

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Rejubilemos: o Governo Olha por Nós

A RTP anuncia triunfalmente no Telejornal das oito que a IKEA vai investir em Paços de Ferreira não sei quantos milhões, para montar de raíz 3 fábricas de móveis, que vão criar (palavra mágica) 1.500 postos de trabalho.

Pergunta: quantos postos de trabalho vai este investimento destruir?

Não que eu esteja contra isso. É natural e desejável que um novo investimento crie postos de trabalho, e que esse investimento leve à desaparição de outros postos de trabalho menos competitivos.

Só que
não é apenas disso que se trata. O governo está a intervir financiando (secretamente ainda por cima) um concorrente (a IKEA), em detrimento de outros, num mercado altamente competitivo. Compreendo que o governo queira ajudar a concorrência e modernizar o mercado, ou melhor não compreendo mas aceito, mas não posso aceitar que essa ajuda seja secreta, por baixo da mesa. Irão os jornais de amanhã questionar o governo sobre estes pormenores? Que dizem os concorrentes da IKEA de Paços de Ferreira sobre esta ajuda, financiada com os seus impostos? Também querem subsídio para eles? E vão ter? E porque não?

Se eu fosse o Ministro Manuel Pinho não punha aquele ar de júbilo, que ofende a minha inteligência. A menos que esteja a preparar o anuncio de um subsídio para uma fábrica de sapatos (italiana, porque não?) que vai, também ela criar milhares de postos de trabalho.

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Os Dez Mandamentos da Nova Cultura Arábico-Muçulmana

Vistos magistralmente por Victor Davis Hanson, e humildemente aceites pela comunidade ocidental:

(1) NÓS tiramos da terra petróleo a três dólares o barril, e vendemo-lo a mais de cinquenta dólares, mas mesmo assim acusamos o Ocidente de roubar os nossos recursos naturais.

(2) CRITICAMOS a vossa cultura e a vossa política, mas aceitamos que milhares dos nossos emigrem para os vossos países; à chegada, qualquer tentativa de integrar os imigrantes Muçulmanos na cultura pluralista ocidental, é tida como Islamofóbica.

(3) MANDEM-NOS os vossos equipamentos, quer eles sejam máquinas e ferramentas, I-Pods ou antibióticos. Precisamos deles desesperadamente, mas nem aceitaremos mudanças na nossa cultura estatísta, autoritária, religiosamente intolerante, tribal e patriarcal, para que nós os possamos produzir localmente, nem apreciaremos o génio de outros que conseguem fazer aquilo que nós não conseguimos.

(4) DESEJAMOS ostensivamente que vocês impeçam que nos matem, ou que nos matemos entre nós muçulmanos, - Milosevic a assassinar os Kosovares, Saddam a destruir os Koweitianos, os Kurdos e os Xiitas, os Russos a matarem Afgãos ou Tchechenos, - mas no momento em que vocês o tentam fazer, consideramos essa acção muito pior do que o caos que os outros ou nós próprios criàmos.

(5) QUALQUER falhanço da nossa política local no Médio Oriente àrabe, será imediatamente atribuido aos Estados Unidos ou a Israel.

(6) O VOSSO multiculturalismo, servirá sempre de desculpa para a nossa patologia da violência, que só pode ser vista como diferente, mas nunca pior do que a vossa própria cultura.

(7) DEVEREMOS falar sempre de anti-americanismo, explicando porque queremos os americanos fora do Médio Oriente; mas vocês nunca se poderão tornar anti-árabes ou anti-muçulmanos, e muito menos fechar as vossas fronteiras aos nossos emigrantes e estudantes.

(8) TOLERAREMOS e defenderemos quase sempre aqueles de nós que queimam igrejas, que fazem a limpeza étnica dos judeus das nossas cidades, que cortam a cabeça a padres, matam freiras, e atiram sobre os infiéis, porque consideramos isso uma acção necessária, por parte dos nossos mais zelosos, ainda que por ventura lamentável, na defesa o Islão. Mas se qualquer espírito livre no Ocidente satirizar o Islão, exigiremos imediatamente que os governos ocidentais condenem imediatamente tais blasfémias, ou então...!

(9) TEMOS O DIREITO de receber de vós ajuda material no valor de biliões de dólares, quer seja para o Egipto, para a Jordânia, o Iraque, ou os Palestinianos. Qualquer tentativa de cortar essa ajuda é considerada um assalto à Nação Árabe.

(10) RESPEITAMOS uma Rússia, China ou Índia nucleares, que tem pouca tolerância tanto para com o Islão como para o terrorismo, e por isso ignoramos as suas acções, ainda que maléficas, mas continuaremos a matar-vos pela vossa intromissão.

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segunda-feira, outubro 23, 2006

Ó Mar Salgado quanto do teu sal são lágrimas de Portugal!

Gosto do mar. Interesso-me pelo mar. Tenho na minha biblioteca uma secção com mais de duzentos e cinquenta livros sobre vela, viagens de barco, guias-piloto, barcos à vela, metereologia marítima, navegação e cartas de navegação, história marítima, marinharia, mergulho, pesca, fauna e flora marítimas, eu sei lá. Tenho uma relação íntima com o mar, pela vela, que agora pratico pouco, pelo mergulho, semanal, até pelas idas regulares ao Meco ver o pôr do sol no mar, ou por algumas conferências a que tenho regularmente assistido sobre o tema.

A história de Portugal fez-se no mar, e os melhores portugueses andaram no mar, ainda que a grande maioria tenha vivido sempre de costas voltadas para aquilo que é a razão de ser da nossa independência ibérica. O mar, exceptuando para os habitantes das ilhas atlanticas, tem estado ausente das nossas preocupações como povo, apesar da zona económica exclusiva marítima portuguesa representar dezoito vezes a area do território nacional.

O Rei D. Carlos, foi o primeiro governante a interessar-se pelo mar de um ponto de vista cientifico, seguindo aliás a moda iniciada pelo seu primo monegasco. Mas o mar tem sobretudo servido de pretexto para empregos e tachos inúteis como recentemente sucedeu com a infeliz Comissão Mundial Independente para os Oceanos fundada em 1998, e que redigiu apenas um Relatório, que ninguém leu, talvez porque publicado pela Fundação Mario Soares, curiosamente o mesmo senhor que presidia à referida Comissão. Recorde-se todavia o mérito de Cavaco Silva por ter sido o primeiro a nomear um Ministro do Mar no seu governo, e por ter sido o promotor da inicialmente tão atacada Expo98 ( o site diz estar, ironicamente, "em construção"), de saudosa memória, e dedicada ao tema do mar.

A instalação em Lisboa da Agência Europeia para a Segurança Marítima , foi mais recentemente, um pequeno passo para o reconhecimento, no país, da importância que para nós tem os assuntos relacionados com o mar.

É também de louvar a iniciativa do governo presidido por José Socrates, que no ano passado criou no Ministério da Defesa, uma Estrutura de Missão para os Assuntos do Mar (EMAM), que publicou um interessante Relatório que comporta uma Estratégia Nacional para o Mar, que está em discussão pública até ao dia 3 de Novembro de 2006, e onde são salientados "três Pilares Estratégicos" e "oito Acções Estratégicas que identificam medidas transversais que contribuem para criar condições favoráveis para o aproveitamento sustentável do Mar", que a seguir passo a citar nos próprios termos do Relatório:

A construção de uma economia marítima próspera ao serviço da qualidade de vida e do bem-estar social e respeitando o ambiente, tem de ser suportada pelos seguintes pilares estratégicos:

a) O Conhecimento;

b) O Planeamento e o Ordenamento Espaciais;

c) A promoção e a defesa activas dos Interesses Nacionais.


e as oito acções estratégicas são as de:


1. Sensibilizar e mobilizar a sociedade para a importância do Mar.

2. Promover a divulgação nas escolas das actividades ligadas ao Mar, promovendo nomeadamente os desportos náuticos como componentes do desporto escolar,

3. A definição de Portugal como um centro de excelência de investigação das ciências do Mar da Europa, optimizando os meios existentes e apostando na formação e fixação de recursos humanos altamente qualificados e na criação de infra-estruturas que permitam concretizar este importante projecto,

4. O correcto ordenamento e planeamento espacial do espaço oceânico e das zonas costeiras,

5. A protecção devida do valioso património natural marinho que Portugal possui, através do conhecimento e avaliação da biodiversidade marinha, bem como dos valores geológicos, arqueológicos, estéticos e históricos, da implementação de uma rede nacional de áreas marinhas protegidas, da recuperação de ecossistemas degradados e da monitorização do ambiente marinho, da implementação de medidas de gestão sustentável dos recursos vivos e da investigação e salvaguarda do património cultural subaquático,

6. Assegurar informação credível e actualizada que possa ser colocada ao serviço do desenvolvimento económico e social do país,

7. Promover as condições para a instalação das seguintes indústrias e actividades no nosso país apostando no seu potencial económico e tecnológico e retirando no futuro os benefícios decorrentes dessa aposta: a aquicultura offshore, a biotecnologia, as energias renováveis e a robótica submarina,

8. Um eficiente sistema integrado de vigilância, segurança e defesa nacional, que possua os meios que possibilitem uma eficaz e articulada vigilância marítima, a salvaguarda contra riscos naturais, o combate à poluição, ao terrorismo, ao tráfico de droga e às restantes actividades ilícitas.

Cada uma destas oito acções estratégicas atrás definidas "tem a ela associada um conjunto de medidas" (cerca de quarenta) "na sua relação com os três Pilares Estratégicos que alicerçam esta Estratégia Nacional para o Mar".

Parece-me que até aqui tudo bem, e só posso louvar a importância e abrangência das medidas propostas.

Mas até aqui é apenas mais do mesmo, porque entre nós, como de costume, no papel está tudo bem. Será que a vontade política e os meios financeiros disponibilizados pelo governo vão acompanhar esta grandiosa ambição agora anunciada? Esperemos que sim. É uma oportunidade única, e os nossos parceiros e concorrentes no mercado mundial estão a olhar para as potencialidades do mar com novos olhos. O governo tem-nos habituado a governar com grandiloquência para os media: muita conversa e pouca acção, ou justamente a acção suficiente para que tudo pareça mudar ficando tudo na mesma (ou quase), satisfazendo assim os que querem a mudança e os que querem que tudo fique na mesma. Ficará também este projecto em águas de bacalhau?

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sexta-feira, outubro 20, 2006

Porquê referendar o aborto?

Por uma vez estarei de acordo com o Partido Comunista que votou contra a proposta de referendar o aborto. Um assunto desta importância, complexidade, e sobretudo, emotividade, não pode, não deve ser referendado. Levanta demasiados tabús, mexe com os sentimentos, a moral e a ética de cada um, divide a sociedade em vez de a unir, e a parte vencida vai-se sentir sempre traída, como aliás foi o caso no ultimo referendo, uma lamentável decisão que só poderia ter vindo de um homem com a notável falta e coragem e de visão política de um António Guterres.

Compete outrossim aos eleitos a obrigação e a responsabilidade de fazer uma lei, de a discutir e votar na Assembleia da Republica, e finalmente de assegurar a sua aplicação, o que não é de somenos importância, porque pergunta-se como vai um sistema de saúde em que há listas de espera de meses para uma simples operação, suportar uma intervenção por natureza urgente?

Já acho escabrosa a opinião, aliás recorrente, manifestada pela deputada Odete Santos, de que a decisão do aborto compete exclusivamente à mulher, porque é ela quem tem os ovários. "-Os homens devem ser excluidos desta decisão porque eles não podem engravidar". Se assim é, esclareça-me ilustre deputada, como poderá mais tarde obrigar os pais a terem deveres para com os filhos, ou a partilhar a responsabilidade do matrimónio?

Concordo que a mulher está muito mais envolvida emocionalmente com o feto, que a mulher por ter uma relação física com o que está dentro da sua barriga, sente diariamente a responsabilidade de a ver crescer, e a preocupação de a sustentar, se não é uma criança desejada.

A decisão de abortar deve primeiro que tudo ser uma decisão esclarecida, o que não é o caso, e pelos efeitos físicos e psicológicos que tem na mãe, não deveria ser tratada como uma banal operação do tipo "vou ali e já venho", como nos querem fazer crer os proponentes do aborto.

A decisão de provocar um novo referendo, revela uma vez mais, falta de coragem política por parte de todos aqueles, deputados, governo, e oposição, que foram eleitos para assumirem responsabilidades.

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Novas espécies descobertas: que nos reserva ainda o mundo natural?



Na Colômbia foi descoberta para a ciência uma nova espécie de tentilhão, ainda sem nome científico atribuido, cuja magnífica foto se pode observar à direita.











Há pouco mais de um mês atrás, foi descoberta na India tambem uma nova espécie de ave com cerca de 20 centimetros de comprimento, Bogun liocichla, cuja foto se pode ver à esquerda, e que é a primeia nova espécie descoberta na India desde há cinquenta anos.






Na Nova Guiné, num dos mais remotos lugares do planeta, um grupo de cientistas identificou recentemente novas espécies de aves.


Bowerbird


Ave do paraíso


Honeyeater



Se se passa isto com as aves, e o mesmo se poderá dizer dos mamíferos ainda que em menor grau, ou que nos reservará ainda o mundo por descobrir dos répteis, dos insectos ou das plantas? Como podemos ficar indiferentes à destruição das florestas tropicais pelos madeireiros?

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terça-feira, outubro 17, 2006

Guatemala versus Venezuela para o Conselho de Segurança da ONU

aqui escrevi antes sobre a disputadíssima votação que tem oposto a Guatemala e a Venezuela para o lugar de membro não permanente do Conselho de Segurança da ONU. São quinze membros no total, dez dos quais não permanentes e eleitos por um período de dois anos.

Cabia, por tradição de rotatividade da ONU, a vez à Guatemala de assumir o lugar, mas Hugo Chavez não sabe nem pode esperar. A visibilidade que lhe é dada pela plateia de uma assembleia mundial é demasiado importante. O lugar parece ser feito para ele e calha a matar para consumo interno. Precisa mesmo assim de contar com 124 votos, dois terços do total.

A votação tem decorrido assim:

Guatemala 109, Venezuela 76
Guatemala 114, Venezuela 74
Guatemala 116, Venezuela 60
Guatemala 110, Venezuela 75
Guatemala 103, Venezuela 83
Guatemala 93, Venezuela 93
Guatemala 96, Venezuela 89
Guatemala 102, Venezuela 85
Guatemala 107, Venezuela 81
Guatemala 110, Venezuela 77

e assim ao fim de dez rodadas estamos como no primeiro dia. É possível que surja um candidato de compromisso para que a Venezuela possa salvar a face. Uma brincadeira. Amanhã há mais.

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quarta-feira, outubro 11, 2006

A Culpa é do Bush!

Comentando com um familiar chegado, o rebentamento nuclear efectuado pela Coreia do Norte há dois dias atrás, brinquei com o assunto dizendo:"- A culpa é com certeza do Bush!" . A resposta veio pronta. -"Claro que a culpa é do Bush!". -"Então a culpa não é dos governantes da Coreia do Norte?", retorqui esperançado. -"Não. A culpa é sobretudo do Bush porque a administração americana não quer dialogar bilateralmente com a Coreia". -"Como é que a administração americana pode ser culpada, ao mesmo tempo, de não querer negociações bilaterais com a Coreia, e de tomar decisões unilaterais noutros casos?". Resposta apaziguadora: -"Repare que eu não sou anti-americano, sou apenas anti-Bush". Lembrei-lhe que há anos atrás ele era anti-Clinton, e bem antes disso, anti-Reagan, mas a memória, quando selectiva, é bastante curta.

Ah!, esquecia-me de dizer que este senhor é um leitor assíduo do Le Monde, e seguidor atento dos telejornais.

A América não é mais que o divã onde afogamos as nossas frustrações colectivas.

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terça-feira, outubro 10, 2006

Nobel da Economia vai para Edmund Phelps

De nacionalidade norte-americana, com 73 anos de idade, e companheiro e amigo de Milton Friedman, Edmund Phelps notabilizou-se pelos seus estudos sobre o desemprego e a inflação, tendo provado que ao contrário do que era geralmente aceite, a inflação não está relacionada com o desemprego, mas sobretudo com as expectativas das empresas e empregados sobre preços e aumentos salariais. Provou também que uma política de isenção de impostos sobre as empresas era mais influente sobre a criação de emprego do que o aumento do salário mínimo.

Alguém devia explicar isto ao Carvalho da Silva. (pressupondo ingenuamente que o Carvalho da Silva está realmente interessado em melhorar as condições de vida da classe trabalhadora, e não em perpetuar o seu próprio emprego).

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domingo, outubro 08, 2006

Péricles (495-429 A.C.):

O segredo da Felicidade é a Liberdade,
O segredo da Liberdade é a Coragem.

(citado por Tucídides)

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Já há 300 Milhões de Norte-Americanos

Os EUA atingem por estes dias a população de 300 milhões de habitantes.

Nasce um americano em cada 8 segundos e entra um novo imigrante em cada 30 segundos. Porquê esta taxa de natalidade, e porquê esta taxa de imigração?

Porque as pessoas acreditam no futuro da América,
e porque acreditam no futuro, fazem filhos, e porque acreditam no futuro, querem ir viver para lá.

As pessoas não fazem filhos na Europa. Para os europeus, as taxas de natalidade, ou de crescimento económico, experimentadas pela América fazem parte de um mistério inexplicável e inquestionável, do qual é melhor nem falar. A Europa está envelhecida, egoísta, e comodamente sentada a explorar as gerações futuras, com medo de introduzir alterações que ponham em risco o sistema. A palavra capitalismo tem para os europeus um sentido pejorativo. A palavra liberalismo, que vem normalmente acompanhada do infame prefixo neo, é tratada do mesmo modo. Ninguém quer mexer nos direitos adquiridos, na tranquilidade da nossa vidinha. E no entanto, graças ao tal malfadado capitalismo e liberalismo económico, na América e por esse mundo fora, cresce-se a taxas entre 5 e 10%. Nós, pobres imbecis, ficamos contentes por crescer 1%, e discutimos as décimas com o à vontade de peritos económicos.

O inevitável aparecimento de movimentos radicais de recusa do sistema tem sido aceite com bonomia se vier da esquerda, e com alarme se vier da direita. E no entanto esses movimento terão tendência para alastrar, quando as populações começarem a sentir na pele os efeitos da paralisia, sobretudo por todos aqueles que não fazem parte dos beneficiados do sistema, ou protegidos por uma qualquer corporação de interesses.

Os partidos que (por enquanto) ainda contam, estão entretidos a partilhar o poder e a dividir as poucas benesses que o mesmo poder ainda lhes dá. Por exemplo, ninguém ao centro, do PSD ao CDS, critica o Partido Socialista actualmente no poder, por ter paralisado a economia, e sobrecarregado os portugueses e as empresas com ainda mais impostos, para resolver um problema interno do estado que se apresenta como sendo de todos nós. Que é engolido pela população como sendo de todos nós. O hipotético despedimento de 200.000 excedentários da função pública, que mais não fazem do que trocar papeis e onerar o orçamento do estado, é encarado com horror, e nunca como uma oportunidade de colocar 200.000 pessoas no mercado de trabalho, nos negócios, na iniciativa individual privada. Que fazer?

Do novo governo da Suécia, ontem anunciado, constam alguns nomes que poderão fazer a diferença para esse país, e por cópia (mas só daqui a dez anos) para nós também. Haja esperança.

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sexta-feira, outubro 06, 2006

Vasco da Gama Yacht Rally

Tem por destino a India com uma travessia do Mar Vermelho, e terminando em Goa.

É organizado por um holandês. O seu objectivo é: To make an international chain of friendship, understanding, dialogue and co-operation amongst yachtsmen and the communities of inviting countries

Parte a 30 de Setembro de Kekova, na Turquia.

Ao menos lá por fora alguém se lembra de honrar a memória deste senhor. Obrigado.

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