sexta-feira, novembro 26, 2010

Nós portugueses

Uma pessoa que muito respeito pelo que fez, e que os portugueses ( especialmente os jornalistas portugueses) deviam escutar com mais atenção, o Sr. Alexandre Soares dos Santos, disse há dias que os portugueses ainda não tinham decidido, mas tinha que decidir, se queriam viver numa sociedade socialista, igualitária mas pobre, se numa sociedade capitalista, com muitas desigualdades mas rica. Isto a propósito da extraordinariamente imbecil ideia do actual Ministro da Finanças, Dr. Teixeira dos Santos, cujo nome ficará para a história como o de o mais incompetente dos incompetentes, por ter afirmado que os privados também teriam de reduzir salários a exemplo do Estado, como se todos os portugueses fossem responsáveis pela incompetência dos seus governantes, e os accionistas e empregados de empresas com sucesso tivessem de sofrer na pele com o facto de uma empresa que lhes é alheia (o Estado) não saiba gastar menos do que recebe.

Pessoalmente creio que os portugueses já escolheram: mais de 90% dos eleitos deste país são-no por listas socialistas, (ou sociais-democratas que são apenas socialistas com outro nome, porventura mais finos). E como escolheram o socialismo, agora que se acabou o dinheiro do Pai Natal alemão, vão ter de viver com a realidade do socialismo, o socialismo real: o fim da classe média, e a pobreza mais ou menos envergonhada por todo o lado, de par com a riqueza das elites dos poucos "escolhidos".

De que se queixam então os portugueses? De não terem sol na eira e chuva no nabal, conforme prometido pelos aldrabões /vendedores de sonhos a quem tem entregue o seu destino. Queremos o impossível: uma sociedade com ricos que se possam expropriar, suficientemente ricos para que todas possamos viver à sua custa, suficientemente estúpidos para continuar a investir. Somos afinal um povo ignorante e burro, talvez fruto da selecção natural que levou os mais destemidos e empreendedores para o estrangeiro à procura de vida melhor, deixando por cá os descendentes dos que nunca ousaram: nós.

sábado, novembro 13, 2010

Quantitative Easing

Nome sofisticado para uma medida com tantos riscos que até é criminosa.

Ao injectar 600.000 milhões de dólares na economia, Obama e a sua equipe estão a tentar resolver um problema estrutural de produtividade da economia americana com cosméticas monetárias. A história diz-nos que isso a médio/longo prazo nunca resultou. Ele até poderá ser reeleito dentro de dois anos, mas o seu legado será terrível. Temos esse exemplo aqui em Portugal com o crawling peg pós 25 de Abril, que só fez adiar os problemas.

Se para os credores dos Estados Unidos é um desastre, para os aforradores em USD é uma tragédia, e para o povo americano e, por arrasto, para o resto do mundo, a introdução de um fenómeno inflator desta dimensão, ainda que o jurem controlado, é a abertura de uma caixa de pandora.

Diga-se em abono da verdade que se os povos sofrem com a inflação, para os dirigentes políticos é um bónus que lhes permite desvalorizar as moedas sem que isso se note: os salários, as pensões, as rendas fixas, tudo será afectado, lentamente, sem muito ruído.

A história da rã na panela de agua quente.