sexta-feira, fevereiro 24, 2006

Um post bem observado sobre a nossa imprensa

segunda-feira, fevereiro 13, 2006

Estes preferem emprego à segurança do emprego

Sessenta e quatro porcento dos suecos entre os 16 e 29 anos - e a maioria da população sueca em geral - declara querer abolir as leis sobre a segurança de emprego para os jovens.

E em Portugal? Alguém pergunta o que as pessoas querem, ou, como sempre, basta ouvir a opinião dos sindicatos?

domingo, fevereiro 12, 2006

Frases soltas

Manuel Pinho, Ministro da Economia : "a costa de Troia tem potencial para se tornar uma nova Miami". (frase proferida aquando da implosão das torres de Troia).

O Ministro é um ex-director do Banco Espirito Santo. A família Espirito Santo é grande proprietária agrícola com milhares de hectares ao longo da costa. O Ministro devia ter cuidado com o seu envolvimento em projectos que possam parecer favorecer os seus antigos patrões.

Saiu agora a notícia da aprovação pelo governo de duas urbanizações em plena Zona da Rede Natura, nas praias da Comporta e da Galé. Preocupante. Preocupante porque foi alegada utilidade pública ao empreendimento com as justificações habituais: milhões de euros de investimento, milhares de postos de trabalho.

Não haver planos de ordenamento da orla costeira, ou havendo, serem esses planos de tal modo restritivos, que é impossível construir o quer que seja, é abrir a porta à excepção, isto é, à influência, ao geitinho, ao compadrio, numa palavra, à corrupção.

Sabemos que é disso que tem vivido até agora as Câmaras: tudo é proibido, e a excepção paga-se.

A aprovação de projectos quaisquer que seja a sua dimensão, não pode ser casuística. Fica agora a suspeita no ar, desta vez do lado do governo. Porque como se sabe, à mulher de César não lhe basta ser honesta.

sexta-feira, fevereiro 10, 2006

Mais do mesmo

Os mesmos que nos querem fazer crer que os atentados à bomba no Iraque são apoiados pela esmagadora maioria da população iraquiana revoltada contra com o "invasor" norte-americano, querem-nos agora fazer crer que a esmagadora maioria do mundo muçulmano está revoltada contra os europeus em geral e os dinamarqueses em particular, nesta questão das caricaturas de Maomé.

Não estão. São apenas alguns e não são muitos, mas passar essa mensagem vende mais jornais e footage de televisão.

A maioria, a grande maioria, a esmagadora maioria dos muçulmanos ainda pensa que a veneração de Deus é mais importante que a veneração do seu profeta.

Concordo com o ministro dos Negócios Estrangeiros, Professor Freitas do Amaral, por quem não nutro nenhuma simpatia como é patente pelos apontamentos que aqui já coloquei anteriormente, que é absolutamente necessário pôr agua na fervura, e fazer acalmar tanto os europeus ofendidos, como os muçulmanos ofendidos, como os jornalistas incendiadores, que os há.

Mas atenção, porque depois há muita coisa a dizer e a fazer.

A primeira é reconhecer que uma religião, que não reconhece a separação de poderes com o estado, que aceita a poligamia como legítima, que considera que as mulheres tem menos direitos do que os homens, e que não reconhece legitimidade ao juro, é uma religião que tem de ser controlada quer pelo voto do povo, quer por um déspota humanista. Daí o acreditar que a aposta na democracia é uma aposta válida a médio prazo para estados laicos como o Iraque ou o Egipto. A Europa não pode por-se de lado, a ver as coisas passarem aqui à nossa porta, como até agora tem feito, e a deitar as culpas para a ingerência americana. Os ingleses que sabem mais do médio oriente que todos os outros europeus juntos, sempre o perceberam, sempre quiseram, a bem ou a mal, influenciar os acontecimentos no mundo muçulmano. Integrados numa comunidade de estados com interesses comuns não podemos aliás agir de outra maneira.

A seguir é necessário reconhecer internamente na Europa, que existe uma minoria de fanáticos religiosos muçulmanos que está empenhada em provocar uma guerra civilizacional que pensa poder vencer. Ao princípio contra o Ocidente. Estão a usar a nossa total dependencia do petróleo como arma. No Iraque, no Irão, na Nigéria. A primeira responsabilidade de controlar esse movimento, e acabar com essa gente, é dos governos desses países. Não é mais possível a Europa financiar um estado Palestiniano agora controlado pelo Hamas. Se eles preferem a lei da sharia, e a inevitável guerra civil que se segirá façam o favor de se servirem, mas que não o façam com o financiamento dos nossos impostos. Os asiáticos hoje fingem que não é nada com eles, e de facto a guerra parece ser apenas contra os cristãos. Talvez uma révanche dos males causados pelos Afonsos de Albuquerque e outros europeus há cinco séculos.

Em terceiro lugar há que reconhecer publicamente que os governos da Siria e do Irão estão por detrás de todos estes multiplos incidentes, numa tentativa de desviar a opinião pública àrabe dos seus problemas internos, nomeadamente insatisfação social e desemprego que grassam nesses países. E agir em conformidade, quer oficialmente através da ONU, quer subsidiando firmemente e publicamente todos os opositores a esses regimes. Para erradicar de vez essa peste.

O multiculturalismo, e a compreensão do outro, da sua especificidade, não nos podem servir neste desiderato.

Homenagem a Joana Gomes

Raras vezes fui tão afectado pela notícia de uma morte súbita, como com o anúncio da embolia pulmonar que no passado domingo nos levou a Joana Gomes, a Semiramis, cujos escritos me habituei a saborear diariamente desde há cerca de dois anos.

A morte no ciber-espaço pode ser tão brutal e tão sentida como a morte da vida real, pela intimidade do contacto que estabelecemos, que apesar de ser num só sentido, não é seguramente menos forte do que o contacto humano. Apesar de a não conhecer pessoalmente, e ter apenas com ela uma curta correspondência por email, devido a um artigo de Vaclav Klaus que eu traduzi e ela publicou, eu tinha a Joana como uma amiga, ainda que virtual, dotada de um bom senso, clareza, e independencia de espírito fora do comum, com um invulgar conhecimento da cultura clássica e uma sólida base de conhecimentos de economia, grande defensora da liberdade, sem adjectivos.

A Joana era independente. TOTALMENTE independente. FEROZMENTE independente. Julgo que a sua independência era devida não só à sua maneira de ser, como substancialmente, ao anonimato que a protegia.

Contráriamente à opinião de José Pacheco Pereira, na sua diatribe contra os bloggers anónimos, muito defendida pelos fazedores oficiais de opinião, e outros veículadores de ideias em segunda mão, penso que é apenas pelo facto de um blogue ser anónimo, ou quase anónimo, o que vem dar na mesma coisa, que pudemos aceitar as opiniões expressas como genuínas e não como recados de qualquer corporação, instituição, ou apenas expressão do politicamente correcto.

Era exactamente isto que nos agradava, a nós os leitores do blogue da Joana.

Na sua curta viagem a Joana teve um papel importante. Influenciou muito a muitos. Espero que os seus herdeiros tenham o cuidado de guardar os seus escritos, e eventualmente publicar um livro. Até lá recebam um abraço de muito sentida homenagem.

sábado, fevereiro 04, 2006

O fascismo islâmico e a propaganda


Os muçulmanos são crianças grandes? Se não são, porque os tratam os seus governos como se fossem?

Obs. esta cartaz é obviamente uma encomenda: em nenhum país muçulmano seria permitida a manifestação pública de qualquer opinião, sem passar pelo crivo da polícia política / censura.






E será possível explicar a esta gente o que é a liberdade de expressão?

Ou que os governos dos países ocidentais não podem interferir na imprensa?



(apesar de aceitar que a representação da imagem de Maomé possa ser considerada blasfema para os muçulmanos crentes)

quinta-feira, fevereiro 02, 2006

O "mistério" do sucesso espanhol explicado

Por exemplo aqui no Economist de 28 de Fevereiro de 2005.

O numero total de horas trabalhadas cresceu em Espanha 3,8% ao ano (entre 2000 e 2005).
(Clique na imagem para ver Portugal)